A criação de ovelhas em pequenas propriedades vem ganhando espaço entre os produtores. Afinal, no mesmo lugar onde se cria uma vaca, também é possível criar 10 ovelhas. Porém, para toda e qualquer atividade é fundamental ter um plano de ação para garantir o sucesso do projeto.
O que determina o sucesso de qualquer atividade rural, incluindo a ovinocultura e caprinocultura, é sua rentabilidade frente ao dinheiro investido e isso depende de muitas variáveis.
Quando analisamos a criação de ovelhas, ela cresce aos olhos dos produtores porque se trata de uma cultura de ciclo rápido (considerando os animais ruminantes) e a produção por hectare é uma das melhores quando comparada com a bovinocultura de corte, por exemplo.
Ao estudar a viabilidade da criação de ovinos é importante avaliar qual a deve ser a quantidade de cordeiros produzidos para que o projeto entregue lucros e, a partir daí sacar informações como a demanda nutricional do plantel durante todo o ciclo de produção. Com esta informação em mãos, o produtor consegue avaliar se sua propriedade tem capacidade de produzir alimentos e quanto isso vai representar na demanda total porque o déficit precisa ser compensado através da compra de alimentos de fora, o que costuma aumentar consideravelmente o custo de produção.
Esse ponto citado acima é um dos maiores desafios que os projetos enfrentam porque poucos são aqueles que se preocupam em entender a viabilidade do projeto, antes mesmo de iniciar. Outras questões aparecem quando analisamos criação de ovelhas em pequenas propriedades, e vamos listá-las abaixo para te ajudar a entender se está na hora da iniciar na ovinocultura, ou não.
Antes de iniciar a produção de qualquer coisa, precisa entender qual a demanda dele na região produtora e qual o nível de maturidade do mercado. Isso quer dizer que é necessário pesquisar sobre os principais compradores de cordeiro ou de carne de cordeiro que tem potencial para você ser um dos fornecedores dele.
Todo o mercado, tem um padrão a ser seguido, seja no corte, ou no peso, por isso é necessário qualificar o produto demandado, ou seja, mapear as características do cordeiro que o frigorífico quer comprar ou os cortes exigidos pelo mercado consumidor. De nada adianta produzir cordeiros fora do padrão exigido e gritar aos sete ventos que a ovinocultura não tem demanda ou é uma atividade pouco valorizada. O produtor precisa assumir a reponsabilidade de fornecedor e entregar aquilo que tem maior valor agregado aos compradores.
Então se a demanda é por animais jovens com alto rendimento de carcaça, não adianta entregar animais velhos e baixo peso vivo porque serão penalizados e remunerados abaixo do melhor preço.
Quais os Preços Praticados Pelo Mercado?
Seguindo esta linha, o momento de interpretar os preços praticados pelo mercado exige que essa caracterização do produto demandado esteja clara para o produtor e ele, por sua vez, ciente de que se entregar o que o foi exigido, será remunerado proporcionalmente à qualidade do cordeiro. Outro fator que interfere neste preço recebido é a quantidade de animais entregues na mesma carga ou a frequência com que são produzidos porque tudo isso afeta na logística de venda, que abordaremos a seguir.
Essa organização entre comprador e vendedor é um desafio antigo porque se o número de animais produzidos é pequeno, o comprador não vai buscar e dependendo da distância, essa entrega por parte do produtor fica inviabilizada. Contra fatos, não há argumentos, por isso a importância de mapear a região com as oportunidades de venda para que não fique travado na hora da venda e coloque a culpa na cadeia produtiva.
Uma alternativa a esta logística de venda é a verticalização da produção que, em resumo, é o produtor se tornar o beneficiador do cordeiro e vender a carne diretamente ao consumidor. Porém nesta situação a frequência na produção é super importante para evitar que quando um cliente buscar a carne, tenha disponível. Caso contrário, ele perderá o interesse e vai buscar em outro lugar ou então muda de tipo de carne.
Como todos os pontos da cadeia de produção estão interligados, a definição do tipo de produção que será implementado no projeto leva em consideração todos os pontos citados anteriormente. Na prática quero dizer que a produção extensiva acaba sendo a melhor alternativa quando a demanda nutricional pode ser atendida pela propriedade e o perfil do produto exigido pelo mercado comprador condiz com aquele que é possível de ser feito em sistema extensivo.
Em casos de verticalização ou alta demanda de cordeiros pelos compradores, o uso do sistema intensivo pode se justificar pela alta rotatividade de animais, precocidade e maior ganho de peso, além da melhor valorização do cordeiro que gera mais receita por cabeça.
Mas lembre-se sempre que o ponto da nutrição é o que pode fazer o projeto perder o fôlego financeiro pela falta de insumos na propriedade, que faz elevar os custos e no intuito de não fazer um rombo grande nas contas, o produtor reduz ou limita o fornecimento de dieta causando perda de condição nutricional no plantel que por sua vez vai desempenhar cada vez pior e aumentando os custos de maneira geral.
O custo de produção vem como resposta das escolhas e decisões tomadas na elaboração e execução do projeto e nas pequenas propriedades se torna mais desafiadora pela limitação no aumento da escala de produção. Por isso conseguir antecipar a análise deste custo e confirmar o sucesso, na teoria, é determinante para que durante o ciclo de produção todas as variáveis que sustentam esta viabilidade econômica (ainda teórica quando em início de projeto) sejam acompanhadas de perto e estejam sempre dentro do limiar estabelecido e quando isso não acontecer, o produtor tenha condições de realizar as ações que recoloquem o projeto nos trilhos.
Mesmo conhecendo o custo de produção estabelecido na criação das ovelhas, o produtor não pode deixar de acompanhar a realidade e buscar alternativas para que este custo seja sempre menor do que antes. E essa diminuição pode ser decorrência de melhoria na negociação de insumos, aumento na produção de alimentos dentro da propriedade, ajustes nutricionais e melhoria no desempenho produtivo do plantel.
A criação de ovelhas deve ser encarada como um negócio, e portanto, os números desse negócio precisam ser coletado e acompanhados de perto, para garantir o lucro. Dentre os números que são importantes de acompanhar, podemos citar: Prolificidade, Taxa de Mortalidade, Custo por animal, Custo por Kg de animal produzido, entre outros.
Para facilitar a coleta e análise de dados na criação de ovelhas , é fundamental o uso de ferramentas práticas e simples de usar, e o aplicativo OvinoPro é a ferramenta ideal para a gestão do rebanho de ovinos, com eficiência e controle.
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