Os ovinos são ruminantes, ou seja, conseguem digerir fibras de origem vegetal e a partir delas extrair os nutrientes necessários para sua manutenção. Por ter esta característica, a ovinocultura depende muito da qualidade e disponibilidade de forragem para o plantel nas diferentes fases do ciclo de produção.
Ao ser eficiente no manejo com as pastagens, o ovinocultor consegue trabalhar com margens maiores sobre o custo de produção visto que a alimentação dos animais via pastagem quase sempre é a opção de menor custo entre os alimentos disponíveis.
Todo produtor rural que depende da pastagem como fonte de alimento, deve ter como habilidade a eficiência na produção de volumoso e organizar a propriedade para que tenha alimento disponível durante todo o ano.
O grande desafio é definir qual a melhor pastagem para o sistema de produção porque é preciso colocar na balança qual o nível de investimento necessário na implementação do uso de determinada pastagem. Não existe o melhor pasto para os ovinos, mas sim aquele que melhor se adaptou à realidade do local.
Para determinar qual variedade deve ser utilizada, os principais pontos a serem observados são:
– PERFIL DA PROPRIEDADE;
– ÁREA DISPONÍVEL;
– TIPO DE PASTEJO;
– RESISTÊNCIA À CONDIÇÃO CLIMÁTICA LOCAL.
O perfil da propriedade compreende tanto as características físicas do local quanto aquelas dos colaboradores envolvidos. Isso porque se a pastagem demanda trabalhar com máquinas e implementos para ajustes e correções, locais com relevo pouco uniforme ficam restritos à escolhe de variedades. No ponto do perfil da equipe que executa as ações, o limitante pode estar em manejos mais complexos e em curto espaço de tempo que pode levar ao erro na execução ou na contratação de mais pessoas para realizar as ações.
Quando há área disponível, é importante saber os locais onde a pastagem será implementada para que seja possível estimar a capacidade produtiva da área total e com isso organizar a produção de volumoso para o período da seca, quando a disponibilidade de forragem costuma ser menor. Tão importante quanto saber a área disponível total. é entender qual o perfil nutricional do solo e, a partir de análises laboratoriais, realizar a correção a partir de orientações técnicas já comprovadas em campo.
Trabalhar com pastagem sem utilizar as principais ferramentas disponíveis é um erro que pode custar muito caro e até mesmo o futuro da atividade. Informações como o perfil nutricional do solo podem trazer uma redução significativa no custo de produção.
O tipo de pastejo precisa ser definido também porque envolve a capacidade de rebrota do volumoso, quantos animais suporta por hectare, quando terá maior oferta de forragem e outros pontos importantes. O sistema rotacionado leva em consideração o tempo de rebrota da pastagem para que consiga organizar o número de piquetes, que por sua vez irá limitar a quantidade de animais que podem “rodar” entre os piquetes. Já nos casos onde o pastejo rotacionado não é executado, a pastagem precisa ser o mais uniforme possível para que evite alta concentração de animais no mesmo local e acabar prejudicando a produção de forragem naquele local específico.
Com todas estas informações, o mais importante é entender as condições climáticas do local e assim estimar qual será a produção de forragem via pastagem e também adicionar ao projeto sistemas de irrigação onde as chuvas são menos frequentes e, no caso de locais com alto teor de umidade, trabalhar com ajustes no terreno afim de ajudar na eliminação da água que está em excesso.
Produtores vizinhos podem trabalhar com o mesmo tipo de pastagem e obter resultados completamente opostos, dependendo do grau de investimento técnico e de conhecimento sobre a produção de forragem via pasto. Cada cultivar tem suas particularidades e encontrar qual é aquela que melhor se encaixa no sistema de produção depende da análise criteriosa do projeto como um todo, já que todo o ciclo de produção é interligado.
O importante é ter consciência que conhecimento na produção de forragem é um pré-requisito forte quando se fala em eficiência produtiva e financeira na ovinocultura.
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