A Ovinocultura pode e deve ser uma atividade lucrativa, e um dos fatores importantes para garantir que ela seja rentável, é manter a qualidade genética e a produtividade do rebanho.
No artigo “Raças de Ovelhas: Como Ocorrem os Julgamentos” falamos sobre a importância do trabalho realizado pela ARCO, frente a padronização dos sistemas de julgamento e competições das raças ovinas e como isso possibilita o avanço genético dentro da ovinocultura. Foi abordado também que a genética se expressa de acordo com o ambiente e este ponto é muito importante porque aborda a base que define a eficiência do rebanho e a viabilidade do projeto.
Sabendo disso, o ovinocultor não pode virar as costas para a seleção genética por produtividade. Principalmente porque ela se aprimora com o passar do tempo e depende exclusivamente da vontade do produtor em estabelecer a rotina de registrar e acompanhar os índices zootécnicos e também todos os acontecimentos durante a vida do animal.
A cada dia que passa, vai elevando o nível que o produtor precisa atingir para ter a máxima produtividade possível.
E por quê máxima produtividade possível?
Porque existe uma grande diferença entre potencial genético e produção a campo.
Por exemplo, o potencial genético da matriz de uma determinada raça indica que ela deve parir cordeiros entre certa faixa de peso e a produção a campo resultou em valores inferiores ao potencial genético. Isso quer dizer que o ambiente influencia muito no resultado final e, entenda “ambiente” se referindo a outras coisas, além do clima; é a somatória de vários fatores como nutrição, rotina e manejo.
Portanto, a seleção mais indicada dentro dos rebanhos é aquela baseada em índices zootécnicos que mostram a verdadeira capacidade produtiva do animal.
“Há, mas eu não consigo ter tanta informação assim para fazer seleção.”
Se a frase acima ecoou em seu pensamento, cuidado! Você pode estar sofrendo de síndrome do impostor e não percebeu ainda.
Supondo que na propriedade tem como rotina o registro das informações de data do parto, filiação (mãe), peso ao nascimento e peso ao desmame dos(as) cordeiros(as). Vale a pensa ressaltar que estes manejos são os mais básicos de serem inseridos dentro de uma propriedade, ou seja, nível de desafio para implementar é baixo.
Com os registros dos índices citados acima é possível fazer uma seleção eficiente das matrizes com maior produtividade porque ao cruzar as informações tem-se a capacidade de avaliar o animal com maior acurácia. Seguindo de exemplo, veja a tabela abaixo:
NASCIMENTO | DESMAME | |||||
Nº MATRIZ | DATA | PESO (kg) | DATA PESO (kg) | |||
001 | 12/06 | 4,2 | 15/09 27,2 | |||
001 | 12/06 | 3,8 | 15/09 25,6 | |||
003 | 13/06 | 3,7 | 15/09 25,9 | |||
004 | 15/06 | 4,7 | 15/09 26,4 |
A propriedade que mantém a rotina de coleta destes dados consegue extrair índices zootécnicos e direcionar a seleção dos animais mais produtivos. A partir da tabela acima é possível inferir o peso médio ao nascimento, peso médio ao desmame, ganho de peso diário (G.P.D.) dos cordeiros; intervalo entre partos (I.E.P.) das matrizes e prolificidade. Com estas informações agrupadas é possível tomar a decisão de maneira mais profissional, segura e lucrativa possível.
Nesta próxima tabela fica mais explicita a eficiência na seleção dos melhores animais porque os critérios são definidos de acordo com o período atual que o projeto atravessa ou estratégia utilizada em determinado momento e assim, ter a certeza de que vai evoluir nos resultados que precisam ser melhorados.
Se dentro do projeto o I.E.P. é usado como critério principal para seleção, comece avaliando por ele, depois siga para os demais dados coletados e entenda o porque o animal apresentou determinado resultado.
Nº MATRIZ | G.P.D. Cord. | PESO MÉDIO NASC. (kg) | PESO MÉDIO DESMAME (kg) | I.E.P. (dias) | PROLIFICIDADE |
001 | 315 g | 4,2 | 27,2 | 233 | 1,10 |
001 | 278 g | 3,8 | 25,6 | 276 | 1,00 |
003 | 289 g | 3,7 | 25,9 | 294 | 1,08 |
004 | 320 g | 4,7 | 26,4 | 225 | 1,12 |
005 | 337 g | 4,8 | 31,3 | 213 | 1,17 |
006 | 305 g | 4,3 | 30,5 | 300 | 0,90 |
NÃO SEJA INJUSTO COM SEUS ANIMAIS, DÊ À ELES TODAS AS CONDIÇÕES QUE PRECISAM PARA CONSEGUIR EXPRESSAR SEU MÁXIMO POTENCIAL GENÉTICO/PRODUTIVO!
E é importante ter sempre a certeza de que os animais tiveram condições de entregar bons resultados, ou seja, se o plantel caminha bem na nutrição e na sanidade. A partir daí, seu rebanho tem a tendência de entregar sempre melhores resultados e aumentar a produtividade.
Rotina e coleta de dados são armas poderosas para enfrentar os desafios da ovinocultura.
Agora imagina poder analisar todos estes dados com alguns cliques e ter seu rebanho organizado pelo índice que você definir, seria uma baita ajuda né?
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