Discutir sobre a eficácia das vacinas é importante e, com o passar do tempo, devido ao incrível avanço das tecnologias aplicadas neste processo de criação da vacina e ao alto nível de conhecimento teórico e práticos dos envolvidos, a confiança é cada vez maior.
Mas por que existem casos onde a vacina “não fez efeito”?
O ponto a ser abordado é que o grande desafio na aplicação das vacinas é replicar o cenário que mais se aproxima do ideal de ser usado para obter alta eficácia nos resultados. Na produção animal a realidade que existe é que a maioria das propriedades não proporciona estas condições de maneira restrita.
A vacinação é uma ação necessária na criação animal, quer seja pela obrigatoriedade de leis que visam a prevenção ou erradicação de algumas doenças, quer para assegurar boas condições de saúde aos animais, minimizando riscos de doenças e consequentes prejuízos econômicos.
No entanto, o procedimento de vacinação é, em si, uma prática aversiva, portanto, deve ser realizada de forma racional, de modo que o impacto negativo do manejo não seja tão acentuado para os animais e que as regras do bem estar animal sejam respeitadas.
Primeiro, é bacana que teorizemos alguns conceitos para facilitar o entendimento das condições impostas para ter alta eficiência no manejo e no resultado da vacinação.
Vacina é um tipo de substância (vírus ou bactéria) que é introduzida no corpo de um animal (no caso da ovinocultura) para criar imunidade a uma determinada doença ou para curar uma infecção já instalada.
Quando um animal é vacinado contra uma determinada doença, passa a ter imunidade em relação a essa doença. Isso acontece pela capacidade reação do organismo que cria anticorpos para combater os agentes infecciosos.
CURIOSIDADE SOBRE A VACINA
Sabia que a palavra “vacina” deriva do termo Latim “vaccinae”, que significa “da vaca”.
Isso porque a primeira vacina foi descoberta em 1978 pelo médico inglês Edward Jenner em suas observações sobre a influência da varíola bovina nas pessoas que ordenhavam os animais infectados. Jenner observou que o agente infeccioso da varíola bovina ao entrar em contato com o organismo humano provocava sua imunidade a essa doença.
Segundo a Instrução Normativa n° 87 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que estabelece as diretrizes do Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos (PNSCO), não é obrigatória a prática de nenhum tipo de vacina para os pequenos ruminantes. Mesmo enfermidades como a febre aftosa, doença responsável por prejuízos econômicos exponenciais em virtude dos embargos econômicos internacionais impostos aos países ou áreas geográficas endêmicas, a vacinação de pequenos ruminantes não é realizada. Segundo o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA, 2007) do MAPA, a vacinação contra a febre aftosa é proibida para ovinos e caprinos.
Porém, a imunização preventiva do rebanho traz benefícios diretos à produtividade porque evita a mortalidade de animais pelas diferentes doenças que podem acometer o rebanho de ovinos.
As principais doenças são:
Além de saber quais vacinas precisam ser aplicadas no rebanho é importante saber também quando realizar a vacinação para cada doença.
RAIVA
A vacina contra a raiva é recomendada apenas em regiões onde a doença é considerada endêmica, ou seja, que ocorre habitualmente e com incidência significativa. Em ambiente rural os morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus representam um dos principais vetores da doença para caprinos e ovinos.
LINFADENITE CASEOSA
Indicada em casos onde o rebanho está com alta incidência de linfadenite ou o manejo de drenagem dos abcessos não seja eficiente. É aplicada em animais jovens para que possam adquirir tal imunidade, porém é uma vacina com proteção variável não havendo proteção total contra formação de abscessos.
ECTIMA CONTAGIOSO
Os cordeiros e cordeiras não recebem anticorpos contra a doença através do colostro materno. Recomenda-se a vacinação apenas em casos de surtos na propriedade, visto que a vacinação insere o vírus nas propriedades; animais mesmo vacinados podem adquirir a doença.
Neste caso, o manejo de tratamento do ectima é mais eficiente que a vacinação.
CLOSTRIDIOSES
Em virtude do caráter agudo e da dificuldade para estabelecimento de tratamentos eficazes para as clostridioses, medidas preventivas devem ser adotadas, sendo a utilização de vacinas a principal estratégia a ser utilizada (LOBATO et al., 2004).
A vacina contra clostridioses não é obrigatória legalmente falando, porém produtivamente, sim. Preferencialmente vacinas polivalentes (várias espécies de clostrídeos) e vacinação das fêmeas gestantes para aumento da concentração de anticorpos no colostro materno.
Para finalizar, é preciso citar a leptospirose e o foot root (podridão dos cascos), que também tem relevância na ovinocultura.
Após a identificação do surto de leptospirose preconiza-se a vacinação com duas doses em intervalos de 3 a 5 semanas e revacinação semestral, conduzindo também o tratamento sistêmico com antibióticos para os animais clinicamente acometidos.
O uso de vacinas em casos de foot root é um trabalho para a prevenção dos surtos. No período do outono recomenda-se a vacinação do rebanho em fevereiro e reforço em maio. Para a primavera os animais devem ser vacinados em julho e revacinados em agosto. E o reforço anual é indicado para os animais já vacinados.
O manejo de vacinação precisa ser organizado com antecedência para que as demandas sejam atendidas com sucesso e os animais possam realmente receber a dosagem correta, no local correto e de maneira correta.
Toda vacina deve ser armazenada em local resfriado e precisa manter sua temperatura de armazenamento durante a aplicação da vacina no rebanho (temperatura de estocagem ideal encontra-se entre 2 a 8°C). Nunca congele a vacina!
Procure comprar vacinas de empresas idôneas e tenha certeza da procedência do produto, aqui realmente o barato sai caro.
No momento do manejo de vacinação, fique atento:
• Evite aplicar a vacina nos horários mais quentes do dia;
• Utilize seringas descartáveis ou pistolas específicas para aplicar vacina;
• Homogeneíze a vacina antes do preparo das seringas;
• Contenha o animal de maneira que o animal e o manipulador fiquem em segurança;
• Puxe a pele do animal fazendo uma prega e aplique a vacina na região do triângulo.
Ter o controle e o registro histórico das aplicações de vacinas ajuda muito nas análises, seja ela individual ou do lote. O OvinoPro tem uma ferramenta exclusiva para registro e acompanhamento das vacinas aplicadas que trazem muita agilidade nas análises que precisam ser feitas a campo.
De maneira simples e rápida o OvinoPro te mostra o total de animais vacinados dentro do rebanho e também dentro dos lotes específicos que trabalha em seu plantel. Ainda emite uma lista com animais que não foram vacinados.
As boas práticas de vacinação aliadas a vacinas de qualidade comprovada e controle profissional dos dados gerados, representam o primeiro passo para o correto manejo sanitário dos ovinos, merecendo, portanto, total atenção por parte dos produtores e técnicos envolvidos nessa cadeia produtiva.
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